terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Seu corpo... meu Cais.
Seu corpo... meu
Cais.
Porque
o entrelace dos corpos nus, em brasa, misturava-se tanto que não se entendia
que corpo era um.
Mãos
trêmulas serpenteavam na pele em febre. Os corações em batidas descompassadas. A
respiração prenunciava uma melodia em compassos antagonicamente agressivos e ternos.
Era
uma mistura de tons e sons. De gostos e aromas. De corpos intumescidos.
Eram
paredes molhadas invadidas pelo desejo cru.
Meu.
Posse. Força...
Seu
delírio, minha entrega. Meu desejo, seu prazer.
A
sua pupila não desviava a mira da minha pupila. O resto do corpo se comunicava
por si numa cadência de sintonia perfeita. As palavras já não cabiam. A comunicação
era da carne e da alma. Era de sabores, odores e sensações.
As
temperaturas eram feitas de inferno. E as expectativas de céu. Os desejos
sugavam, mordiam, possuíam.
Meu.
Só meu...
Era
o cais do meu corpo primitivo. E eu seu vulcão, em larvas, pela pele, pela
corrente sanguínea.
Mãos
indecentes, bocas famintas. Insaciável boca! Língua febril que desafiava meus
pudores.
E
nenhuma testemunha a não ser aquela lua pálida e muda.
Ali
a alma era dilacerada. O corpo era posse, era êxtase. Numa embriaguez inexplicável
onde os olhos não se afugentavam. Os corpos e as almas continuavam a ser um só.
Naquele
instante que tanto desejou quebrar os relógios e encurtar os calendários. Eram os
mares revoltos da vida que estavam por vir que faziam o coração esvair em
lágrimas.
E
eu, era só uma marinheira sem rumo e sem prumo, involuntariamente seguindo com
você dentro de mim.
Os
relógios continuavam os mesmos, os calendários a correr na insanidade da vida. E
você, sonho que passou, apenas o gosto que ficou no pelo, na pele e no ar que
eu respiro.
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