terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu sou em todo lugar...


Eu me chamo Denise Miranda, sou Assistente Social, Educadora, Professora, Militante do SUS, Militante do Partido Socialista Brasileiro. Sou defensora intrépida da justiça social e da liberdade. Abomino a apatia e suas consequências. Sou uma escorpiana torta, repleta de intensidade e sensibilidade. Misteriosa por natureza. Eu olho nos olhos, leio poesia e choro, assisto filme até tarde, ouço o horário político no rádio bem cedinho, escrevo horas e horas e depois jogo tudo fora, brigo pelos meus princípios de forma aguerrida, defendo os meus com braços de mãe. Sou filha do carnaval e descendente de Dionísio. Tenho olhar crítico e analítico. Tenho risada de criança e expressão de seriedade. Tenho um desejo profundo de ver a alma das coisas, não simplesmente às coisas como elas “são”; a alma das pessoas, não apenas as pessoas como elas pretendem se mostrar. Desejo ser inteiramente e fortemente aguda, penetrante e profunda. Desejo enxergar além do que a visão comum é capaz, captar o extremo, o disfarce, a máscara. Sem análises personificadas e superficiais. Quero descobrir e aprender cada dia mais. Eu vivo para saber quem é o outro. E mais: quem eu sou. Cada dia me descubro diferente de antes. A busca do compreender de si é tarefa interessante e desafiadora. É uma descoberta que passa o tempo todo pela experiência do ser e estar no mundo. Eu sou e me descubro ainda mais no que faço. Faço e me descubro ainda mais no que sou. Partes que se complementam, partes que me completam. Amo o que faço e, o que sou ontem é pouco pra mim hoje. Eu quero sempre mais! Acima de tudo, sou um ser sedento, um esboço imperfeito e muitas vezes confuso de uma perfeição inacabada. Eu me experimento inacabada. Da poesia, o rascunho. Do gesto, a intensão. Sou como o rio em processo de vir a ser. O rio é a mistura de pequenos encontros, de confluências de outras águas. Horas me vejo como os outros dizem achar de mim, como se assim estivesse a ler uma manchete de jornal ou um blog de internet a meu respeito, confidenciado pelas impressões destes diversos autores que me rodeiam. Outras horas me vejo diante do espelho na tentativa de buscar nuances ainda desconhecidas. Enxergando qualidades e defeitos, olhares e sentidos. Talvez isso tudo não seja eu, na minha essência. Mas, sem dúvida é descoberta, nem que seja para confirmar o que não sou. E como é saboroso esse inevitável destino de sermos humanos necessitados de estabelecer vínculos, cruzar olhares, estender mãos, encurtar distâncias. Nem que seja entre nós e nós mesmos. E, nessa “highway” , que a gente não sabe exatamente onde vai parar, não quero e nem posso aferir a mim mesma reduções simplistas, frases apresentadas que não busquem transcendências, metáforas de almas de “botequim”, que se aprisionam na imanência tortuosa do cruel cotidiano. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Um dia sou multidão, no outro sou solidão. E é nesse equilíbrio, de ser uma metamorfose, que vou desvelando o que sou e o que ainda devo ser, o que quero e para onde eu vou, pela força do desejo do aprimoramento. A realidade ainda é base sólida do ser. E eu amo a vida. Sei sim o que eu quero e mais ainda, o que eu não quero. E eu quero, sempre ir além! Ir além, aliás, é o conceito que desejo carregar para o resto da vida que a mim foi concedida. A dor que sentimos com as transformações que precisamos enfrentar, sem escolha, em nossa vida, possue o sublime sentido de nos mergulhar no que há de mais profundo em nossa alma. Eu busco a intensidade das coisas. Nutrida pela busca da transformação, almejando, acima de tudo, compreender a vida em seu sentido mais amplo, livre de todas as análises vãs, retirando todas as máscaras do cotidiano. E nesse traçar quero desenhar o meu caminho. Planejar, projetar. Embora ele seja cotidianamente alterado pelas demandas do externo e do intrínseco a mim. Desejo ir onde os meus olhos não podem ver. Caminhando de maneira a realizar trocas. Onde eu e o outro tenhamos um saldo positivo no final da estrada. Quero construir, deixar marcas e mais, quero modificar, transformar e me transformar. Sabe... um dia sonhei em ser Presidente da República. Hoje sonho em modificar mentes, conceitos. Transformar princípios de forma a reafirmar na minha vida e no que acredito as minhas posturas e atitudes. Efetivar meus designos coletivos e pessoais mais secretos. Quero seguir o rumo como a chuva. Às vezes causando estragos, outras fazendo brotar vida nas lavouras mais secas. Enchendo os rios e as represas das almas sedentas. Quero correr o mundo inteiro, transformando, gerando vida. O que eu sou? Autêntica. O que eu quero? Ultrapassar. Para onde eu vou? Para todo lugar.